terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Gays: Eu RESPEITO, e você?

Depoimento corajoso. Vejam:

Depoimento de Markos Oliveira, ativista LGBT de Brasília.




Depoimento de Markos Oliveira, ativista LGBT de Brasília. Pra gente nunca esquecer que nem tudo são trevas - e que, sim, o diálogo e o respeito devem ser e são possíveis, sim.

Meu maior exemplo de cristão inclusivo por qual tenho um profundo respeito e admiração: meu vô, presbítero de 82 anos, um dos pioneiros da Assembleia de Deus na minha cidade, com homenagem pela Câmara de Vereadores e tudo.
Ele já teve participação do Marco Feliciano na igreja que ele frequenta, e também assiste e contribui mensalmente com R$ 15 pro Malafaia (e sou eu quem vou pagar os boletos.

A primeira pessoa pra quem me assumi foi pra ele porque o tenho como meu pai. Depois de muito eu chorar durante minha "explanação" do outing, e de ouvir suas considerações bíblicas sobre, ele disse que me criou para seguir minha vida e ser feliz.

Posteriormente vindo me questionar, curioso, se eu seria "o homem ou a mulher" da relação e dizendo que tinha um advogado na igreja dele, com mais de 40 anos, muito boa pessoa e trabalhador que ele podia "arranjar casamento" com ele pra mim.

Já discutimos sentados no sofá assistindo programa do Malafaia, assistindo audiências públicas homofóbicas no Congresso, com ele reconhecendo que os homossexuais ainda têm muito o que lutar pela conquista da igualdade e condenando os parlamentares teocratas, dizendo que estes deviam "deixar os gays em paz".

Markos Oliveira

Uma pastoral forte para os homossexuais, defende padre e educador francês



Uma pastoral forte com relação aos homossexuais deve ser elaborada para permitir que essas pessoas sejam ouvidas e apoiadas.

A opinião é de Guy Gilbert, padre e educador francês, jornalista e autor prolífico. Nascido em Rochefort, em 1935, estudou no seminário da Argélia, onde permaneceu até 1970. De volta à França, especializou-se em Paris no trabalho contra a delinquência juvenil. É o fundador do centro Bergerie du Faucon para crianças de rua.

O artigo foi publicado no jornal francês, católico, La Croix, 29-01-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

"O meu filho é homossexual. Eu não posso aceitar isso. O que você acha?", escreveram-me muitos pais.

"Sou homossexual, os meus pais me botaram para fora de casa assim que completei 18 anos. Estou chocado", disse um jovem.

"Minha filha, homossexual, foi festejar o aniversário em casa. Devo aceitar a sua companheira? Se não, ela não virá a esta festa familiar", perguntava-me uma mãe.

Muitas vezes, os pais são cristãos, mas se recusam a aceitar o que para eles é uma aberração e interrompem deliberadamente a relação com os filhos.

Eu sempre respondi dizendo logo aos pais que não julguem a sexualidade dos filhos e que deixem aberta a porta de casa.

A pior coisa que eu vi foi o comportamento de uma mãe católica cujo filho homossexual morreu velado até o fim pelo seu companheiro, botado para fora do apartamento em que viviam no dia antes do funeral. Eu disse para aquela mulher como a sua prática cristã estava em absoluta contradição com o Evangelho.

O termo "homofobia" é particularmente adequado para essas situações. E a história da Igreja não é um bom exemplo a esse respeito. Eu acrescentaria, no entanto, que o povo cristão está evoluindo lentamente e cada vez mais positivamente com relação a isso.

Eu penso que uma pastoral forte com relação aos homossexuais deve ser elaborada para permitir que essas pessoas sejam ouvidas e apoiadas.

Às vezes, a seu pedido, acontece-me de abençoar um casal de homossexuais. Quando eu vejo um casal solidamente unido, que vive um amor forte e verdadeiro, eu não posso abençoá-lo.

A tarefa e a beleza da missão do padre não é, talvez, de abençoar o amor? Com discrição, é claro, mas sem julgar e, principalmente, sem rejeitar.

Sou contrário ao casamento para todos, mas sou a favor de um pacto civil que permita que os casais do mesmo sexo reforcem os seus direitos, particularmente nas sucessões, um pacto civil com uma cerimônia simples no cartório.

Como é possível que um casal homossexual, que viveu muitos anos, não possa ser protegido quando a morte de um dos dois ocorre de repente? A humanidade é tão frágil como um cristal.

Vivemos neste período, nos acalorados debates sobre o "casamento para todos", oposições pueris e estéreis entre modernidade e tradição, entre laicidade e clericalismo. Um cristão que quiser viver a sua fé com toda a verdade não aceitará tudo do mundo contemporâneo. Mas saberá não rejeitar ninguém, nem julgar ninguém. Porque é a lei do Evangelho. Só essa lei vai nos permitir viver livres em um mundo complexo.

* * *

Da nota do Conselho para a Família e a Sociedade da Conferência Episcopal Francesa (Elargir le mariage aux personnes de même sexe? Ouvrons le débat!):

"Embora o respeito pela pessoa seja claramente afirmado, é preciso admitir que a homofobia, porém, não desapareceu da nossa sociedade. Para as pessoas homossexuais, a descoberta e a aceitação da sua sexualidade comportam, frequentemente, um caminho complexo. Nem sempre é fácil assumir a própria homossexualidade no ambiente profissional ou familiar. Os preconceitos custam a morrer, e as mentalidades mudam muito lentamente, mesmo nas nossas comunidades e famílias católicas; que, porém, são chamadas a expressar a máxima acolhida a todas as pessoas, independentemente do seu caminho, como filhas de Deus. Pois o que para nós, cristãos, fundamenta a nossa identidade e igualdade entre pessoas é o fato de que somos todos filhos e filhas de Deus. A acolhida incondicional da pessoa não implica uma aprovação de todos os seus atos. Reconhece, ao contrário, que o ser humano é maior do que os seus atos (...). A Igreja Católica convida os fiéis a viver tal relação na castidade, mas reconhece que, para além do aspecto sexual somente, o valor da solidariedade, da atenção e do cuidado pelo outro podem se manifestar em uma relação afetiva duradoura. A Igreja quer ser acolhedora com relação às pessoas homossexuais e continuará fazendo a sua contribuição para a luta contra toda forma de homofobia e discriminação (...)".

Fonte

Foto: Marcos Moreira. Imagem usada com permissão.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Nos recusamos a condenar ''o gênero'', afirmam católicos e católicas franceses



Recusar a tomar conhecimento de certas obras ou de trocar argumentos com certos parceiros sem mostrar um a priori benevolente e propenso ao debate não é a melhor maneira de progredir rumo à verdade.

A opinião é de Anne-Marie de la Haye, secretária do Comité de la Jupe, grupo de católicos e católicas leigos franceses, em artigo publicado no sítio da entidade, 27-01-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Somos cristãs e cristãos, vinculados à mensagem do evangelho, e vivemos fielmente esse vínculo no seio da Igreja Católica. A nossa experiência profissional, os nossos engajamentos associativos e as nossas vidas de homens e de mulheres nos dão a competência para analisar as evoluções das relações entre os homens e as mulheres nas sociedades contemporâneas, e para discernir os sinais dos tempos.

Tomamos conhecimento das recomendações do nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, dirigidas ao Pontifício Conselho Cor Unum, nas quais ele expressa a sua oposição contra o que ele chama de "teoria do gênero", colocando-a no mesmo plano das "ideologias que exaltam o culto da nação, da raça, da classe social". Consideramos essa condenação infundada e difamatória. A recusa que a acompanha de colaborar com toda instituição suscetível a aderir a esse tipo de pensamento é, a nosso ver, um erro grave, tanto do ponto de vista do caminho intelectual, quanto da escolha das ações tomadas a serviço do evangelho. Afirmamos aqui, com a máxima solenidade, que não podemos subscrevê-la.

Em primeiro lugar, ela é esterilizante. Com efeito, no domínio do pensamento, recusar a tomar conhecimento de certas obras ou de trocar argumentos com certos parceiros sem mostrar um a priori benevolente e propenso ao debate não é a melhor maneira de progredir rumo à verdade. O que teria acontecido se Tomás de Aquino tivesse se abstido de ler Aristóteles, com o pretexto de que ele não conhecia o verdadeiro Deus e que as suas obras lhe haviam sido transmitidas por tradutores muçulmanos?

Além disso, in loco, saber se se deve ou não colaborar com atores animados por ideias diferentes das nossas é uma decisão que só pode ser tomada naquele lugar e naquele determinado momento, em função das forças políticas e da urgência da situação. O que teria acontecido, a propósito da luta contra o nazismo e o fascismo, se os resistentes cristãos tivessem se recusado a lutar ao lado dos comunistas, ateus e solidários de um regime criminoso?

Vamos agora ao fundo da questão: deixemos de permitir que se diga que a noção de gênero é uma máquina de guerra contra a nossa concepção de humanidade. É falso. Ela é o resultado de uma luta social, isto é, a luta pela igualdade entre homens e mulheres, que se desenvolveu há cerca de um século, inicialmente nos países desenvolvidos (Estados Unidos e Europa), e da qual os países em desenvolvimento estão agora começando a sentir os frutos.

Essa luta social estimulou a reflexão de pesquisadores em inúmeras disciplinas das ciências humanas; essas pesquisas ainda não terminaram e não constituem, de fato, uma "teoria" única, mas sim um campo diversificado e sempre em movimento, que não deveria ser reduzido algumas de suas expressões mais radicais.

O verdadeiro problema, portanto, não é o que se pensa da noção de gênero, mas sim o que se pensa da igualdade homem/mulher. E, de fato, a luta pelos direitos das mulheres coloca novamente em discussão a concepção tradicional, patriarcal, não igualitária, dos papéis atribuídos aos homens e às mulheres na humanidade. Nas sociedades em desenvolvimento, em particular, a situação das mulheres ainda é tragicamente não igualitária. O acesso das mulheres à educação, à saúde, à autonomia, ao controle da sua fertilidade se depara com fortes resistências das sociedades tradicionais.

Pior ainda: em alguns lugares, é constantemente ameaçado até mesmo o simples direito das mulheres à vida, à segurança e à integridade física. Não se pode, como faz o papa nos seus discursos sobre esse assunto, fingir que se saúda como autêntico progresso o acesso das mulheres à igualdade dos direitos e, ao mesmo tempo, continuar defendendo uma concepção de humanidade em que a diferença dos sexos implica uma diferença de natureza e de vocação entre os homens e as mulheres. Há nisso uma distorção intelectual insustentável.

Como negar, de fato, que as relações homem/mulher são objeto de aprendizagens influenciadas pelo contexto histórico e social? Fingir conhecer absolutamente, e com o desprezo de toda pesquisa realizada com as aquisições das ciências sociais, qual parte das relações homem/mulher deve fugir da análise sociológica e histórica manifesta um bloqueio do pensamento nada justificável.

Por trás desse bloqueio do pensamento, suspeitamos que há uma incapacidade de tomar partido na luta pelos direitos das mulheres. Porém, essa luta não é, talvez, a dos oprimidos contra a sua opressão, e o papel natural dos cristãos talvez não é o de derrubar os poderosos de seus tronos?

Levantar-se a priori contra até mesmo o uso da noção de gênero é confundir a defesa do evangelho com a de um sistema social particular. A Igreja, de fato, cometeu esse erro há dois séculos e meio, confundindo defesa da fé e defesa das instituições monárquicas, e mais tarde dos privilégios da burguesia. Refazendo um erro semelhante, nós nos condenaríamos a uma marginalização ainda maior do que a que já nos encontramos.

Como não temer que essa condenação apressada seja uma das correntes de uma cruzada antimodernista que visa a demonizar uma evolução contrária às posições adquiridas pela instituição?

É por isso que, com profunda preocupação, nós apelamos aos fiéis católicos, aos padres, aos religiosos e religiosas, aos diáconos, aos bispos, para que evitem à nossa Igreja esse impasse intelectual e para que saibam reconhecer, por trás de uma disputa sobre termos, o que verdadeiramente está em jogo na luta pelos direitos das mulheres e o lugar certo da sua Igreja nessa luta evangélica.

Imagem: Tarsila do Amaral.

Fonte

Os gays e a Igreja: ''uma caixa de Pandora"



Talvez o sentido teológico da missa de Soho “se resuma na fórmula: Lex orandi, lex credendi, a comunidade que reza provoca reflexão teológica”, diz o jornalista inglês.

Confira a entrevista.

As missas de Soho são “antes tudo uma ação pastoral para pôr em prática o ensino da Igreja de que as pessoas LGBT são valorizadas pela Igreja, não devem ser discriminadas, nem excluídas da comunhão”, argumenta Francis McDonagh, em entrevista concedida à IHU On-Line, por e-mail. Segundo ele, as missas que são celebradas no bairro Soho, em Londres, “não são uma campanha, não se argumenta sobre o ensino da Igreja sobre a sexualidade, mas se dá testemunho a uma realidade: a dos católicos LGBT, que querem praticar sua fé”. Para ele, as missas de Soho são um “reconhecimento” da “diocese de Westminster, após diálogo com o Vaticano, da necessidade de uma pastoral para a comunidade LGBT, e do direito das pessoas LGBT e seus familiares e amigos, de serem acolhidos oficial e publicamente pela Igreja católica”.

Na entrevista que segue, o jornalista inglês enfatiza outro ponto polêmico entre a Igreja e a comunidade LGBT: o casamento. Apesar de muitos homossexuais reivindicarem esse direito, McDonagh aponta que “alguns ativistas LGBT rejeitam o casamento como esquema essencialmente patriarcal, que não corresponde à união em base à igualdade que procuram. E o Vaticano vem insistindo que as conferências episcopais façam campanha contra esses modelos de casamento por serem um ataque à família como fundamento da sociedade, e uma restrição à liberdade das igrejas a manterem sua visão do casamento”.

E opina: “Pessoalmente, acho que a suposta ameaça à liberdade religiosa vinda das propostas de ‘casamento igual’ é exagerada. Assinei uma carta aberta em que se defendia o direito dos católicos de apoiar ou não a proposta do governo, em base a considerações do bem comum”.

Francis McDonagh é correspondente dos jornais católicos Tablet, de Londres, National Catholic Repórter e membro do Gay Christian Movement, UK.

Confira a entrevista

IHU On-Line - Qual a importância para a Igreja da realização das missas de Soho, bairro de Londres, destinadas à comunidade LGBT?

Francis McDonagh - Foi um reconhecimento por parte da Igreja local, a diocese de Westminster, após diálogo com o Vaticano, da necessidade de uma pastoral para a comunidade LGBT, e do direito das pessoas LGBT e seus familiares e amigos, de serem acolhidos oficial e publicamente pela Igreja católica. Por isso, em 2007, a diocese convidou a comunidade a se deslocar da Igreja anglicana de St Anne para a Igreja católica vizinha de Nossa Senhora da Assunção, em Warwick Street. A decisão de oficializar uma pastoral gay tem sua origem em toda uma série de reflexões da conferência episcopal de Inglaterra e Gales sobre as orientações da Congregação da Doutrina da Fé em 1986 sobre o “atendimento pastoral das pessoas homossexuais”. Entre estas, destaca-se um documento da conferência de 1979, onde se lê: “Os homossexuais têm direito a um acompanhamento pastoral esclarecido prestado por ministros devidamente capacitados para atender suas necessidades pastorais”. É importante destacar que entre os sacerdotes que presidiram a missa em Warwick Street, vários são de renome nacional, como o ex-mestre geral dos dominicanos, Timothy Radcliffe, um bispo, e vários jesuítas.

IHU On-Line - Em que sentido a missa impacta em nível pastoral e teológico?

Francis McDonagh - As missas são antes tudo uma ação pastoral para pôr em prática o ensino da Igreja de que as pessoas LGBT são valorizadas pela Igreja, não devem ser discriminadas, nem excluídas da comunhão. Construíram uma comunidade eucarística entre pessoas que sentiam excluídas, e até perseguidas, como no caso dos ugandeses. As missas não são uma campanha, não se argumenta sobre o ensino da Igreja sobre a sexualidade, mas se dá testemunho a uma realidade: a dos católicos LGBT, que querem praticar sua fé. Talvez o sentido teológico se resuma na fórmula: Lex orandi, lex credendi, a comunidade que reza provoca reflexão teológica.

IHU On-Line - Como a Igreja deve lidar com a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo e também com toda a questão da homossexualidade? Quais os desafios que se colocam?

Francis McDonagh - Essa é uma questão complexa. Por um lado, a Igreja defende que as pessoas LGBT têm direito a respeito, à igualdade de direitos com outros cidadãos. Na Inglaterra e em Gales, a união civil entre pessoas do mesmo sexo é geralmente aceita como uma medida de justiça social, garantindo os direitos dos casais LGBT. Inclusive os bispos da Inglaterra e de Gales chegaram a reconhecer que a união civil oferece uma estabilidade a estes casais, de acordo com a justiça.

A questão do casamento é mais controvertido. Se pode perguntar: o que acrescenta a união civil em termos de direitos? Os que argumentam a favor do ‘casamento igual’, como é chamada a proposta do governo britânico, ou o ‘casamento para todos’ na fórmula do governo francês, dizem que representa a igualdade plena entre os LGBT e os heterossexuais. Alguns ativistas LGBT rejeitam o casamento como esquema essencialmente patriarcal, que não corresponde à união em base à igualdade que procuram. E o Vaticano vem insistindo que as conferências episcopais façam campanha contra esses modelos de casamento por serem um ataque à família como fundamento da sociedade, e uma restrição à liberdade das igrejas a manterem sua visão do casamento.

Pessoalmente, acho que a suposta ameaça à liberdade religiosa vinda das propostas de ‘casamento igual’ é exagerada. Assinei uma carta aberta em que se defendia o direito dos católicos de apoiar ou não a proposta do governo, em base a considerações do bem comum.

A questão da homossexualidade em si abre uma caixa de Pandora para a Igreja. Tem-se questionado a interpretação dos textos bíblicos que denunciam a homossexualidade, alegando que os autores não tinham o conceito de orientação sexual, e condenavam um desvio consciente da ética aceita por todos. E o conceito do “natural”, no sentido de dizer que a homossexualidade é “contra a natureza”, é questionado por muitos teólogos.

IHU On-Line - As missas de Soho vão realmente acabar durante a Quaresma?

Francis McDonagh - Não. O que vai terminar são as celebrações da missa na Igreja de Warwick Street no bairro de Soho, que é o tradicional bairro gay de Londres. A proposta do arcebispo Vincent Nichols é de transferir as missas para a igreja jesuíta de Farm Street, num bairro de embaixadas, inclusive as do Brasil e dos EUA. Ele mesmo vai se encontrar com a comunidade que assiste às missas, na ocasião da primeira missa, em 3 de março, como sinal de apoio à pastoral da comunidade das missas de Soho. O que por enquanto está em dúvida é a possibilidade do comitê organizador das missas continuar convidando a sacerdotes externos a presidir as missas, como foi a prática acordada com a diocese em Warwick Street.

IHU On-Line - Considerando uma possível aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que faria parte de um redesenho da imagem da família?

Francis McDonagh - Acho que já se convive com várias imagens da família, famílias monoparentais, famílias dos divorciados, onde os filhos conhecem, respeitam e amam os novos companheiros/companheiras do pai ou da mãe, e os filhos que resultam dessas uniões. Agora surgem famílias de pessoas do mesmo sexo com filhos. Ao longo da história a família tem tomado várias formas, e não é tão evidente que Jesus viveu numa família convencional, nem que escolheu seus amigos dentre as boas famílias. Trata-se de compreender e proteger os valores defendidos por Jesus que se evidenciam entre essas famílias diversas.

Foto: Nely Rosa. Imagem usada com permissão. Conheça a Galeria Mestre Rosa


Fonte
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...